segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ARTIGO

O Brasil decola mesmo
Ricardo Amorim deixa mensagem otimista para o auditório repleto de empresários do setor
Ricardo Amorim é economista, consultor,
comentarista da Rádio Eldorado,
colunista da revista IstoÉ e um dos
apresentadores do programa Manhattan
Connection, do canal GNT.
Amorim voltou a morar no país depois
de nove anos em Nova York, porque “o que está começando a acontecer aqui é tão espetacular que eu seria maluco se não tivesse voltado! ”E diz que o que acontece pelo mundo, como a crise nos países ricos, é um “verdadeiro tsunami jogando a nosso favor.”
Abriu sua palestra magna, no Construmetal 2010, com o slide da capa da revista inglesa The Economist. A
capa – cujo título é “O Brasil decola” – mostra uma montagem com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, decolando como se fosse um foguete.
E esse foi o tom de sua apresentação. Nossa economia requer muitos cuidados e ainda existem muitas preocupações, como as altas taxas de juros e a pesada carga tributária.
Mas a boa notícia é que, nos últimos cinco anos, a média de crescimento do Brasil quase dobrou – era de 2,4% e chegou a 4,7% ao ano no final desse período. Precisamos aprender a enxergar o Brasil como o país que está dando certo e não mais como o “país do futuro” que só vimos dar errado.
E apesar de o mercado brasileiro ser menor que o americano, países europeus ou o japonês, ele cresce mais que o deles. Várias empresas estão ganhando mais dinheiro aqui do que lá fora.
Sobre o consumo pelo mundo, Amorim afirmou que o eixo de consumo mudou: saiu dos países ricos e veio para os “pobres”. Os países ricos estão vendendo como vendiam há três anos. Nós estamos vendendo 50% mais do que naquele período. O consumo de massa está vindo para cá, de tal forma que os países que mais estão crescendo no mundo – entre eles a China, a Índia, o Brasil e a Indonésia – têm uma característica comum:
os quatro estão entre os mais populosos do mundo. Segundo ele, “o americano, quando ganha mais, não come mais. Já o chinês, o indiano e o brasileiro vão comer mais, e isso significa demanda de produto
básico.” Nos últimos três anos, oito milhões de empregos deixaram de existir nos Estados Unidos. No Brasil, no mesmo período, foram criados cinco milhões de empregos formais, na Índia foram três milhões e
na China 19 milhões. Amorim pergunta “Cadê a crise global? Não é uma crise global.
O que nós temos é uma mudança no centro de gravidade da economia mundial, saindo de lá e vindo para cá.”
O conselho do economista para a plateia foi: “Em primeiro lugar, mirem suas vendas em vendas domésticas. A venda de produtos e bens – como imóveis – que depende de crédito é a que mais cresce no Brasil. Bom para você do setor de aço. Depois, mirem em países emergentes. Vender para países ricos, nos próximos anos,
vai ser muito complicado.” “A percepção, para quem não é do setor, é que o aço é mais para o imóvel
sofisticado. O que eu acho é que vocês precisam popularizá-lo em relação a sua utilização na construção. É na popularização da construção civil que vai estar o maior crescimento das vendas de aço no Brasil.”

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